Oportunidades e investimentos no Sul e no Sudeste são destaques de debate da 4º edição do ENAPH


Autoridades portuárias das regiões Sul e Sudeste debateram soluções para a infraestrutura portuária das regiões.

Com o tema “Infraestrutura Portuária nas regiões Sul e Sudeste”, o segundo painel do  Encontro Nacional de Autoridades Portuárias e Hidroviária (ENAPH), em Brasília, reuniu autoridades portuárias para debater o cenário onde a eficiência operacional é vital para o abastecimento do país e a competitividade internacional. As autoridades portuárias ainda destacaram a necessidade de enfrentar gargalos crônicos e promover melhorias significativas no setor.

Questões como a profundidade do canal de navegação e os acessos terrestres aos portos estiveram no centro das discussões. O presidente do Porto de Santos, Anderson Pomini, enfatizou a importância de obras prioritárias para melhorar o acesso aos portos e anunciou planos para o aprofundamento do canal de Santos, aumentando o calado de 15 metros para até 17 metros, a fim de receber navios de maior porte.

Para garantir a viabilidade da expansão, técnicos e especialistas foram contratados para conduzir estudos técnicos detalhados. Além disso, Pomini destacou a inclusão da extensão da perimetral nas margens do porto como parte das obras do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, uma iniciativa que promete modernizar e expandir a infraestrutura portuária.

“O aprofundamento do canal, mais as duas obras das perimetrais, tem orçamento de R$ 1 bilhão para o final do próximo ano (…) No início de 2025 já teremos reflexo [da expansão] e aumento da nossa capacidade de movimentação de cargas, em especial para que esses navios acima de 366 possam ter acesso assegurado pelo nosso canal”, completou.

A diversidade de modelos de gestão, com alguns portos delegados a governos estaduais e outros, como o Porto de Vitória (VPorts), recentemente concedidos à iniciativa privada, torna ainda mais desafiador o desenvolvimento de políticas públicas integradas de médio e longo prazo.

Rodrigo Braga, diretor jurídico e de administração e finanças da V Ports, afirmou que um dos desafios do porto é diminuir a capacidade da rodoviária e recapacitar a malha ferroviária da região. “A ideia é que a gente consiga recuperar a malha ferroviária dentro do porto e atrair novas cargas, como a exportação de farelo de soja e na importação de fertilizantes”, completou Braga.

Ele ainda comentou que há estudos em curso para aumentar a largura do canal e possibilizar a atracação de navios maiores. Além de planos para melhorar o acesso rodoviário ao porto, inclusive com recuperação de pontes.

Cristiano Klinger, diretor-presidente do Portos RS, destacou as transformações pelas quais o porto passou recentemente. Em maio do ano passado, a entidade evoluiu de uma autarquia vinculada à Secretaria de Logística e Transportes do Estado para uma empresa pública. De acordo com Klinger, essa transição proporcionou à autoridade portuária maior autonomia na gestão do orçamento e na tomada de decisões.

“Ao assumirmos essa mudança, a grande motivação era ter essa agilidade e capacidade de conseguir fazer os investimentos. Essa amarra toda de uma autarquia, vinculada ao governo, demanda um esforço muito grande para executar algumas coisas. Essas mudanças nos permitiram fazer os investimentos necessários e tocar o processo”, comentou. De acordo com Klinger, em um ano e meio de empresa pública, R$350 milhões já foram investidos ou estão contratados para melhorias da infraestrutura e inovação na Portos RS.

Cleverton Elias, diretor-presidente do Porto de São Francisco do Sul, destacou a assinatura de contratos permanentes de batimetria para todo o canal de acesso, incluindo os berços de atracação. O objetivo do trabalho é mapear as profundidades da área portuária, realizando um levantamento da topografia submarina. Essas informações essenciais para garantir a segurança das embarcações, pois identificam possíveis locais assoreados.

“A primeira medida que adotamos foi de ter um contrato para medir, saber controlar e planejar a necessidade das obras de dragagem de manutenção. Estamos planejando, para o início de 2024, uma dragagem de manutenção para assegurar a condição atual, que é essencial. Num segundo momento, estamos discutindo uma dragagem de aprofundamento e alargamento do canal externo, temos essa necessidade. Estamos na iminência de ter a licença ambiental de instalação e construindo a financiabilidade dessa obra”, disse.

Sobre o ENAPH

A 4ª edição do ENAPH é promovida pela Abeph dentro da programação do Brasil Export, em Brasília. O objetivo do encontro é promover a discussão de questões operacionais, administrativas e técnicas para o desenvolvimento permanente do sistema portuário nacional. Ao longo dos anos, paineis técnicos reuniram dezenas de presidentes, diretores e gerentes de portos e hidrovias, além de autoridades do Governo Federal e de agências reguladoras para discussão do setor.

Brasil Export

O Brasil Export é um Fórum permanente, multisetorial, agregador e organiza dinâmicas para promoção do diálogo entre os diferentes agentes envolvidos com as operações portuárias, de logística e de infraestrutura. Atualmente, o fórum e seus organismos contam com mais de 250 conselheiros, profissionais qualificados e que atuam no setor privado, em entidades representativas e no poder público.

A edição de 2023 aconteceu em Brasília e segue até 18 de outubro. Os painéis e discussões transmitidos e você pode conferir a programação completa aqui: https://forumbrasilexport.com.br/eventos/evento-brasil-export/